Seguro rural é um tema crucial para os agricultores brasileiros, especialmente com o recente bloqueio de verba que pode impactar a cobertura e a segurança financeira no campo. Vamos entender melhor essa situação!

Governo Mantém Bloqueio de Verba Essencial para o Seguro Rural em 2025

O setor agrícola brasileiro enfrenta um cenário de incertezas. O Ministério da Agricultura confirmou que uma parte significativa da verba destinada ao seguro rural para 2025, cerca de 33% do total, continua bloqueada. Essa decisão gera preocupação entre produtores e seguradoras, impactando diretamente o planejamento para as próximas safras.

O Cenário Financeiro do Seguro Rural

Em maio, o orçamento do seguro rural foi alvo de um contingenciamento. Embora R$ 90,5 milhões tenham sido liberados no final de julho, após uma melhora nas contas do governo, um montante de R$ 354,6 milhões permanece travado. Esse valor representa aproximadamente um terço do R$ 1,06 bilhão que estava previsto para o programa em 2025. A contenção total inicial havia chegado a R$ 445 milhões.

Impacto Direto nas Seguradoras e Produtores

A falta de previsibilidade sobre a liberação desses recursos é um grande desafio para as companhias seguradoras. Elas ainda não receberam um cronograma oficial para a aplicação do orçamento descontingenciado. Essa incerteza dificulta a comercialização de apólices, especialmente agora, que é o período crucial para o planejamento da safra de verão.

A soja, que é a cultura mais segurada no Brasil, pode ficar com uma cobertura governamental bastante reduzida neste ano. A Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) estima que, sem a liberação total da verba, a área segurada pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) pode cair de 7,1 milhões de hectares em 2024 para menos de 5 milhões de hectares em 2025. Isso significa menos proteção para os agricultores diante de eventos climáticos e outros riscos.

Estratégias das Seguradoras para Mitigar o Problema

Diante desse cenário de bloqueio, algumas seguradoras estão buscando alternativas para apoiar os produtores. A Newe, por exemplo, anunciou que garantirá o preço combinado das apólices multirrisco para soja contratadas até 20 de agosto. Caso a subvenção governamental, que é de 20% para a oleaginosa, não seja liberada, a própria empresa se compromete a cobrir essa fatia do prêmio, sem repassar o custo ao agricultor.

Outras Áreas Afetadas pelo Bloqueio de Verbas

O seguro rural não é o único programa impactado. O Ministério da Agricultura teve um total de R$ 105,5 milhões descontingenciados, incluindo R$ 15 milhões para subvenção de garantia e sustentação de preços, e R$ 5 milhões para o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também foi afetada. Embora R$ 14,1 milhões do orçamento do PAC tenham sido liberados para manutenção e modernização de sua infraestrutura, a instituição ainda tem R$ 49,7 milhões bloqueados. Desse valor, R$ 35,5 milhões seriam destinados a novas pesquisas, o que agrava a situação de aperto financeiro que a Embrapa enfrenta há anos.

Perspectivas e Desafios para o Agronegócio

No total, R$ 448,2 milhões continuam bloqueados no Ministério da Agricultura. Além dos R$ 354,6 milhões do PSR, há verbas travadas para aquisições de produtos pelo governo (AGF), sustentação de preços, administração da sede do ministério e participação em eventos internacionais como G20 e Brics. Essa situação de incerteza orçamentária pode comprometer a segurança e o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, um setor vital para a economia do país.

Fonte: Globo Rural