
Paradoxo digital é um tema que merece atenção! Neste artigo, vamos explorar como a tecnologia, que conecta, também pode prejudicar a saúde mental. Venha entender essa dualidade!
O Dilema Digital: Conexão ou Armadilha para a Mente?
É inegável que o mundo digital transformou nossa vida, abrindo portas para novas oportunidades e acesso instantâneo a tudo. Mas, junto com essa evolução, veio um lado sombrio: a saúde mental. O documentário “O Dilema das Redes”, lançado em 2020 na Netflix, já mostrava como os algoritmos das redes sociais são feitos para nos prender, usando gatilhos psicológicos que podem levar ao vício e à ansiedade. É o tal do paradoxo digital: ao mesmo tempo que nos conecta, também pode nos isolar e gerar uma pressão social enorme, afetando nosso bem-estar.
Brasileiros: Mais Tempo na Tela que Dormindo
Uma pesquisa do DataReportal revelou um dado chocante: os brasileiros passam, em média, mais de 9 horas por dia em frente às telas. Isso é mais tempo do que dedicamos ao sono! Preocupado com o impacto na saúde mental e no aprendizado de crianças e adolescentes, o governo agiu. No início de 2025, foi sancionada a Lei nº 15.100, que restringe o uso de celulares em escolas públicas e privadas. As próprias escolas agora precisam criar suas regras de fiscalização. Essa medida mostra o quanto a sociedade está atenta aos riscos do excesso de telas, que atrapalha a concentração, o aprendizado e o bem-estar dos jovens.
Setembro Amarelo e o Alerta da Hiperconexão
Os problemas vão muito além do cansaço visual. A hiperconexão está diretamente ligada ao aumento de ansiedade, depressão e isolamento social. Um estudo chamado “Panorama da Saúde Mental 2024”, feito pelo Instituto Cactus e AtlasIntel, confirmou essa relação. Entre jovens de 15 a 29 anos, 45% dos casos de ansiedade têm a ver com o uso intenso das redes. O levantamento ainda apontou que 65% da população brasileira enfrenta algum tipo de dificuldade emocional. Isso é um desafio gigante para todos, inclusive para o mercado de seguros.
Essa conversa fica ainda mais urgente no Setembro Amarelo, o mês de prevenção ao suicídio. Falar sobre saúde mental salva vidas, e a conscientização precisa ser de todos. Os números são alarmantes: o Brasil teve 15 mil mortes por suicídio em 2021, o que dá uma a cada 34 minutos. Para jovens de 15 a 29 anos, o suicídio já é a terceira maior causa de morte. A taxa nessa faixa etária cresceu 6% ao ano entre 2011 e 2022, e os casos de autolesão subiram, em média, 29% ao ano.
Hiperconexão e o Desafio para o Setor de Seguros
A saúde emocional, apesar de cada vez mais reconhecida, ainda tem seus obstáculos. O preconceito, a falta de registros e a complexidade dos casos dificultam a avaliação de riscos e a precificação dos seguros. Problemas psicológicos causados pelo excesso de telas podem diminuir a produtividade e causar afastamentos no trabalho, gerando mais custos para empresas e seguradoras. Por isso, o mercado precisa inovar, criando produtos e coberturas que sejam eficazes e financeiramente viáveis, para dar suporte a quem precisa.
Dopamina, Redes Sociais e a Solução da Desintoxicação Digital
O uso excessivo das redes sociais também mexe com o nosso cérebro, como mostrou uma matéria da National Geographic Brasil em janeiro de 2025. O termo “brain rot” (apodrecimento do cérebro), eleito a palavra do ano de 2024 pela Oxford University Press, reflete essa preocupação. A especialista em medicina do vício, Anna Lembke, explica que cada curtida ou notificação libera dopamina, o neurotransmissor do prazer. O problema é que o cérebro busca equilíbrio e, com a exposição constante, diminui a produção dessa substância, criando um “déficit de dopamina”. O resultado? Precisamos de mais tempo online para nos sentir bem, num ciclo vicioso.
A boa notícia é que uma pausa pode ajudar. Pesquisas indicam que a “desintoxicação digital” traz benefícios. Um estudo canadense com mais de 400 adultos mostrou que ficar duas semanas sem internet no celular melhorou a atenção para níveis de pessoas dez anos mais jovens, além de reduzir sintomas de ansiedade e depressão. Desconectar-se, mesmo que por um tempo, é uma forma poderosa de cuidar da saúde mental na era digital.
O Papel das Seguradoras na Saúde Emocional
Para enfrentar essa realidade, seguradoras e insurtechs estão expandindo seus serviços para incluir o bem-estar emocional. Elas podem investir em:
- Programas de assistência psicológica online: Oferecendo acesso fácil a consultas virtuais com psicólogos e psiquiatras.
- Plataformas digitais de bem-estar: Ferramentas que ajudam a monitorar o estresse, incentivam pausas e promovem hábitos saudáveis.
- Cobertura ampliada em saúde mental: Incluindo terapias, tratamento de transtornos relacionados ao estresse e prevenção de burnout.
- Educação digital preventiva: Campanhas que ensinam o uso consciente da tecnologia.
A Tecnologia como Aliada no Cuidado
A Spectrum.Life, uma empresa líder em soluções digitais de saúde e bem-estar, é um exemplo de como a tecnologia pode ser usada para o bem. Eles combinam tecnologia com cuidado humano para ajudar seguradoras e empregadores a oferecerem serviços de saúde mental em grande escala. Johnny O’Connell, diretor comercial da empresa, vê a saúde emocional como uma nova fronteira estratégica, unindo impacto social e vantagem competitiva. Ele destaca que a inovação não é só criar aplicativos, mas construir ecossistemas digitais que substituam modelos antigos por plataformas integradas e inteligentes. A ferramenta MatchTech, que usa inteligência artificial, conecta segurados ao profissional certo em poucas horas, permitindo intervenções rápidas e evitando custos altos com internações ou invalidez. A ideia é oferecer um atendimento personalizado, baseado em evidências, com total transparência sobre a eficácia dos tratamentos e os custos.
Conectando e Protegendo: O Futuro da Saúde Mental
O paradoxo digital nos mostra que a mesma tecnologia que nos aproxima e gera inovações também pode trazer sérias consequências para a saúde emocional. A hiperconexão nos coloca em um ambiente de estímulos constantes, que, sem equilíbrio, pode levar ao esgotamento, ansiedade e até ao aumento de casos de suicídio. O documentário “O Dilema das Redes” ilustra como a tecnologia pode nos prender em ciclos viciosos, e os dados nacionais confirmam que milhões de brasileiros são afetados. No Setembro Amarelo, a importância da saúde mental é reforçada, mas a prevenção deve ser contínua, com o apoio de empresas e do governo. As seguradoras têm um papel crucial aqui, oferecendo suporte emocional e ferramentas de prevenção, usando a tecnologia para melhorar a assistência. Mais do que apenas cobertura, o seguro pode ser um parceiro no cuidado diário, promovendo prevenção, acolhimento e orientação para um futuro mais saudável.
Fonte: Insurtalks

Astério Vieira é Diretor da Prime Valle, empresa fundada em 1996 e referência nacional em gerenciamento de riscos, seguros e logística. Com mais de 25 anos de experiência no setor, atua com foco em soluções para transporte, frota, danos ambientais e seguros aeronáuticos, oferecendo confiança e tranquilidade a pessoas físicas e jurídicas em todo o Brasil.