A evolução da subscrição no seguro de vida com tecnologia e dados

A evolução da subscrição no seguro de vida com tecnologia e dados

A subscrição no seguro de vida está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela tecnologia e pela análise de dados. Neste artigo, vamos explorar como essas mudanças estão moldando a experiência do cliente e o futuro do setor.

A Subscrição de Vida: Uma Nova Era com Dados e IA

A forma como as seguradoras avaliam riscos no seguro de vida está passando por uma grande mudança. O que antes era visto como uma etapa puramente técnica, agora se tornou um pilar estratégico. Essa transformação foi o tema central do debate “O Futuro da Subscrição de Vida”, um evento exclusivo do Café CVG-SP, que aconteceu na terça-feira, dia 8 de outubro de 2025, no auditório da Associação Comercial de São Paulo. O encontro reuniu líderes de seguradoras e resseguradoras para discutir como a digitalização e a inteligência artificial estão remodelando essa área tão tradicional.

O Papel da Subscrição no Seguro de Vida

Marcos Salum, diretor de Relações com o Mercado do CVG-SP e mediador do painel, ressaltou que a subscrição ganhou um novo destaque. “Ela deixou de ser apenas um processo operacional e se tornou parte da jornada do cliente. É ali que se definem as bases da experiência de contratação”, explicou. Essa visão mostra que a subscrição é crucial para a satisfação do cliente desde o primeiro contato.

Impacto da Digitalização e Inteligência Artificial

A digitalização e a inteligência artificial estão no centro dessa revolução. Antonio Pereira, gerente de Produto Vida Individual, Empresarial e Viagem, Subscrição e Gestão de Riscos Vida e Previdência da Porto, trouxe uma visão prática do dia a dia. Ele defendeu que simplificar a jornada do cliente é essencial para que mais pessoas tenham acesso ao seguro. “Ainda há muita burocracia”, disse Pereira, explicando que a tecnologia ajuda a transformar formulários longos em conversas mais fluidas, o que diminui as desistências e otimiza a precificação.

O Conceito de Subscrição Contínua

Mario Jorge Pereira, diretor Comercial LATAM da SampleMed, apresentou a ideia da subscrição contínua. Neste modelo, a análise de risco não para depois que a apólice é assinada. A proposta é usar dados para manter um relacionamento ativo com o cliente durante todo o período do contrato. Assim, o subscritor avalia o risco em tempo real, e não apenas no momento inicial da contratação. Pereira enfatizou que essa evolução só é possível com informações de alta qualidade. “Sem bases estruturadas e confiáveis, não há transformação possível”, afirmou.

Mudanças no Comportamento do Consumidor

Francesca Panzeri, Senior Underwriting Proposition Manager da Swiss Re, compartilhou uma visão global. Ela observou que a pandemia alterou o comportamento dos consumidores, que agora esperam mais agilidade das seguradoras. O cliente moderno busca não só proteção financeira, mas também praticidade. Ele pesquisa, compara e deseja processos rápidos. A tecnologia facilita essa agilidade, mas, segundo Panzeri, a avaliação humana continua sendo fundamental.

Equilíbrio entre Agilidade e Profundidade Técnica

Alessandra Monteiro, diretora de Subscrição de Vida e Saúde da Austral Re, destacou a necessidade de equilibrar rapidez e rigor técnico na subscrição. Ela explicou que os resseguradores são essenciais para refinar critérios e modelos, buscando simplificar sem comprometer a qualidade. Monteiro também notou um crescimento significativo na procura por capitais segurados mais elevados, impulsionado pela maior preocupação com o planejamento sucessório. “Capitais de R$ 30 milhões ou R$ 40 milhões já não são exceção”, afirmou, indicando a necessidade de processos robustos e flexíveis.

A Importância do Corretor na Nova Era

Rogério Araújo, CEO e sócio da TGL Consultoria Financeira, representou a voz dos corretores no debate. Ele enfatizou que a evolução da subscrição só se concretiza com a união entre seguradoras, corretores e clientes. Para Araújo, o corretor deve participar ativamente dessa mudança, pois é ele quem explica o seguro ao consumidor e dá significado ao processo digital. Ele pontuou que, mesmo com a automação agilizando muitas etapas, o toque humano é insubstituível para construir confiança. “A tecnologia é uma aliada poderosa, mas o corretor segue sendo o elo que conecta a proteção às pessoas”, concluiu, destacando que a chave é como o corretor utiliza as novas ferramentas para compreender melhor o cliente e oferecer soluções personalizadas.

Fonte: Revista Apólice