Você sabia que o seguro rural está passando por uma revolução? Com o uso de inteligência artificial e drones, as seguradoras estão criando novas coberturas para atender o campo. Vamos explorar como essa inovação pode impactar a sua produção!

Revolução no Campo: Como a Tecnologia Está Transformando o Seguro Rural

O setor agrícola brasileiro está em constante evolução, e com ele, a forma como os produtores se protegem. As seguradoras, atentas a essa dinâmica, estão investindo pesado em tecnologia para criar novas e mais eficientes coberturas. É uma verdadeira virada de chave, impulsionada por ferramentas como inteligência artificial e drones, que prometem mudar o cenário do seguro rural.

IA e Drones: Os Novos Aliados do Produtor

Imagine ter sua lavoura monitorada por satélites e drones, com dados analisados por inteligência artificial para prever riscos e agilizar indenizações. Isso já é realidade! As seguradoras estão usando essas ferramentas para aprimorar suas apólices. A Mapfre, por exemplo, lançou no Centro-Oeste o seguro “Faixa + Margem”, focado na cultura da soja. Ele usa a produtividade histórica do produtor como base e permite a regulação de sinistros por área total ou por talhão. Outra inovação é o “Posiciona Agro”, uma apólice patrimonial que utiliza dados geográficos para uma análise de risco mais precisa do cliente.

Desafios e Oportunidades no Mercado Rural

Apesar de toda essa inovação, o mercado de seguros rurais enfrenta desafios. Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a área rural segurada caiu pela metade em 2024, chegando a 7 milhões de hectares. Para este ano, a expectativa é de um novo recuo de 5%. Fabio Damasceno, diretor técnico de seguro rural da Mapfre, explica que essa queda está ligada à retração do crédito aos produtores, que se preocupam com juros altos, perdas de produção e endividamento. Atualmente, menos de 7% das terras agrícolas brasileiras estão seguradas, um número que Glaucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, considera muito baixo.

Cobertura de Culturas: Foco nos Grãos

O seguro multirrisco é o mais procurado pelos produtores, cobrindo perdas nas lavouras causadas por eventos climáticos extremos como seca, chuva e granizo. Talita Ferrari, diretora comercial da Wiz Corporate, destaca que cerca de 65% de todas as apólices vendidas para o campo se concentram em grãos, principalmente soja, milho e trigo.

Seguro Paramétrico: Indenização Rápida e Inteligente

Uma das grandes novidades é o seguro paramétrico, que muda a lógica tradicional de indenização. Em vez de vistorias demoradas, o pagamento é acionado automaticamente quando indicadores pré-definidos — como volume de chuva, temperatura ou índice de vegetação — ultrapassam os limites do contrato. Isso garante rapidez nos pagamentos. Gabriel Perez, cofundador da MeteoIA, explica que essa modalidade só é possível graças ao avanço de tecnologias de monitoramento climático, sensoriamento remoto e modelagem preditiva, com IA aplicada a dados históricos, satélites de alta resolução e estações meteorológicas de superfície. A adoção ainda está amadurecendo no Brasil, mas cresce de forma consistente.

A Experiência de Quem Usa: Tranquilidade no Campo

Para o produtor rural Antônio Américo de Aquino, de Rancharia (SP), o seguro fez toda a diferença. Com 175 hectares de lavouras, ele conseguiu suportar o prejuízo de uma forte estiagem em 2023 graças a uma apólice contratada no mesmo ano. “Eu pressenti o perigo. O seguro dá tranquilidade e nova vida ao agricultor”, afirma Aquino.

A Questão da Subvenção Governamental

Apesar da importância do seguro, o programa de subvenção do governo ao Prêmio do Seguro Rural sofreu uma drástica redução. O orçamento caiu de R$ 1,06 bilhão para R$ 445,2 milhões. Glaucio Toyama, da FenSeg, argumenta que o ideal seria um investimento de R$ 2,5 bilhões, o que ampliaria a área segurada em 20 milhões de hectares.

Crescimento do Seguro Multirrisco e Outras Opções

Além do multirrisco, outros tipos de seguro vêm ganhando espaço. Paulo Hora, superintendente executivo de negócios e soluções rurais da Brasilseg, menciona coberturas para máquinas, benfeitorias, estoques e até a vida do produtor, além dos riscos nomeados para frutas, hortaliças e culturas de inverno como o trigo. Moacir Oss Emmer, coordenador comercial do ramo Agro da Essor Seguros, destaca que a companhia oferece mais de 80 opções para diversos grupos de cultura, com avaliação individualizada que considera tecnologia, investimento, tipo de cultura e riscos climáticos da região.

O Desafio do Seguro Pecuário

Enquanto o seguro para lavouras avança, o seguro pecuário ainda é um segmento pouco explorado. Karen Matieli, consultora e especialista na área, estima que menos de 1% do rebanho brasileiro tenha algum tipo de seguro, mesmo o produto existindo há duas décadas. Há um grande potencial de crescimento nesse setor que ainda precisa ser desvendado.

Análise de Risco Aprimorada com Tecnologia

A tecnologia não só cria novos produtos, mas também refina a análise de risco. Empresas como a Essor Seguros utilizam ferramentas digitais e análise de dados para entender as particularidades de cada produtor e suas áreas. Isso permite uma cobertura mais personalizada e eficiente, considerando fatores como o nível de investimento, a tecnologia empregada e os riscos climáticos específicos de cada lavoura.

O Futuro do Seguro Rural: Mais Proteção e Inovação

O cenário do seguro rural está em plena transformação. A integração de inteligência artificial, drones e dados de satélite não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para oferecer proteção eficaz em um ambiente cada vez mais imprevisível. Apesar dos desafios, a inovação tecnológica aponta para um futuro onde mais produtores terão acesso a coberturas personalizadas e ágeis, garantindo maior segurança e tranquilidade para o agronegócio brasileiro.

Fonte: O Globo