Você já parou para pensar na importância dos seguros em momentos de crise? No Brasil, a discussão sobre modelos mais flexíveis é cada vez mais necessária.

Por Que o Brasil Precisa de Seguros Mais Adaptáveis?

O cenário econômico brasileiro atual exige que a gente repense como nos protegemos financeiramente. Com a inadimplência em alta, a necessidade de soluções de seguro mais flexíveis e acessíveis se torna urgente. É hora de o mercado segurador olhar para o futuro e oferecer produtos que realmente se encaixem na vida das pessoas.

A Realidade da Inadimplência no Brasil

A situação financeira de muitas famílias brasileiras está apertada. De acordo com a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a inadimplência das famílias alcançou um patamar recorde, ultrapassando os 30%. Para piorar, quase um em cada cinco consumidores tem mais da metade da sua renda mensal comprometida com dívidas. Esse quadro mostra que a proteção financeira é mais crucial do que nunca, e os seguros precisam se adaptar a essa realidade.

O Mercado de Seguros de Pessoas em Crescimento

Mesmo com as dificuldades, o setor de seguros de pessoas tem mostrado resiliência. No primeiro semestre deste ano, as seguradoras arrecadaram R$ 37,8 bilhões em prêmios, um aumento de 8,4% em comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados da FenaPrevi. Esses números indicam que, apesar da demanda por proteção, ainda há um grande espaço para crescimento e para a criação de soluções que sejam mais acessíveis e alinhadas às necessidades da população. Contudo, um estudo da FenaPrevi com o DataFolha revela que 82% da população adulta ainda não possui seguro de vida, evidenciando a lacuna que precisa ser preenchida.

A Inovação do Seguro Vida Universal

Para mudar esse panorama, o mercado segurador e os órgãos reguladores têm discutido a implementação de modelos mais flexíveis, como o Seguro Vida Universal. Essa modalidade, que surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 1970 e ganhou força nos anos 1980, oferece uma liberdade real para o cliente ajustar os parâmetros do seguro conforme as diferentes fases da vida. Diferente dos contratos tradicionais, onde a apólice pode ser cancelada por inadimplência, o Vida Universal permite a existência de uma reserva para cobrir o valor da parcela, ajudando a reduzir a inadimplência e transformando o seguro em uma ferramenta de proteção de longo prazo.

Lições de Mercados Internacionais

A eficácia do Seguro Vida Universal não é novidade em outros países. Nos Estados Unidos, México, e em diversas nações da Europa e Ásia, essa modalidade já é consolidada. No México, por exemplo, a MetLife tem mais da metade de sua carteira de clientes de seguro de vida individual atendida por soluções de Vida Universal. Essa experiência demonstra que a flexibilidade não só melhora a adesão e a persistência dos clientes, mas também democratiza o acesso a diferentes classes sociais e perfis financeiros, provando que é possível oferecer proteção adaptável e eficiente.

O Futuro dos Seguros no Brasil

No Brasil, o debate sobre o Vida Universal tem avançado. A Susep, órgão regulador, abriu uma consulta pública em dezembro de 2024 e progrediu para uma segunda rodada em 15 de agosto de 2025, propondo a substituição da Resolução CNSP nº 344/2016. Isso mostra que estamos mais perto de uma definição, o que anima o setor. Em um cenário de incertezas econômicas, o Seguro Vida Universal pode ser uma alternativa crucial, permitindo que o segurado mantenha sua apólice ativa mesmo em momentos de dificuldade. Para que essa evolução seja um sucesso, as seguradoras precisarão se dedicar a fornecer informações claras, apoiar os corretores e garantir uma comunicação transparente com os clientes. Com a regulamentação adequada e o compromisso do mercado, o Vida Universal tem o potencial de fortalecer o papel social do seguro de vida no país e ampliar a proteção para a população brasileira.

Fonte: Bluestudio.estadao.com.br