Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado desafios climáticos cada vez mais intensos. A questão não é mais se vamos ter eventos extremos, mas quando. Por isso, entender a importância dos seguros é fundamental para nos protegermos.

Clima Extremo no Brasil: A Urgência dos Seguros para Proteção

O Brasil, que antes era visto como um lugar com riscos climáticos moderados, está mudando rapidamente. Eventos como a seca severa de 2021 e as enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul mostram que o clima extremo é uma realidade. Não é mais uma questão de “se” teremos desastres, mas “quando” e “com que força”. Nesse cenário, os seguros se tornam uma ferramenta essencial para a nossa segurança e recuperação.

Mudanças climáticas e seus impactos no Brasil

Nosso país tem sentido na pele os efeitos das alterações climáticas. A percepção de que estávamos a salvo de grandes catástrofes globais já não se sustenta. A seca que atingiu lavouras em 2021 e as inundações que assolaram o Rio Grande do Sul são exemplos claros. Esses acontecimentos reforçam a necessidade de nos prepararmos. Com a COP30 se aproximando em Belém, a discussão sobre o clima ganha ainda mais destaque. É crucial que, além dos debates internacionais, olhemos para a proteção de nossas comunidades e infraestruturas.

A baixa penetração de seguros no país

Apesar da crescente ameaça climática, o Brasil ainda tem uma cobertura de seguros muito baixa, especialmente para riscos relacionados ao clima. Se compararmos com nações como México, Chile e Colômbia, que enfrentam desafios naturais frequentes e possuem políticas de proteção mais robustas, estamos atrás. Essa fragilidade ficou evidente nas recentes enchentes do Rio Grande do Sul. A área afetada foi maior do que a do furacão Katrina, nos Estados Unidos. Contudo, a diferença na proteção foi gritante: enquanto o Katrina teve cerca de 75% das perdas cobertas por seguros, no Brasil, esse índice ficou abaixo de 6%. Sem uma proteção financeira adequada, os impactos sociais e econômicos desses desastres se tornam ainda mais severos.

O papel do resseguro na proteção financeira

O resseguro funciona como uma espécie de “seguro para as seguradoras”. Ele é fundamental para distribuir os riscos globalmente, permitindo que as empresas de seguros locais mantenham sua capacidade de indenizar. No entanto, a eficácia do resseguro depende da quantidade de seguros primários contratados. Se poucas pessoas e empresas contratam seguros, a base é fraca, e o sistema de resseguro também é impactado. Mesmo sendo o maior mercado segurador da América Latina, o Brasil ainda tem um volume de resseguro menor do que poderia, justamente pela baixa adesão ao seguro primário.

Oportunidades para um futuro mais seguro

Apesar dos desafios, há motivos para um otimismo cauteloso. O mercado de seguros está se adaptando. Vemos o surgimento de seguros paramétricos, que pagam indenizações com base em gatilhos climáticos pré-definidos, e o mapeamento detalhado de riscos agrícolas por região. Ferramentas analíticas mais avançadas também estão sendo desenvolvidas. Isso mostra que o setor está se tornando mais proativo na antecipação e mitigação de riscos. O resseguro, por sua vez, deixa de ser apenas um mecanismo de compensação e assume um papel estratégico. Além disso, a Taxonomia Sustentável Brasileira, que será publicada em breve, promete direcionar investimentos para projetos que ajudem o país a se adaptar às mudanças climáticas. Essa iniciativa pode ser um grande impulsionador para que governos, empresas e fundos se comprometam com soluções mais sustentáveis. O seguro não deve ser visto como um gasto, mas como um investimento crucial para o planejamento e o desenvolvimento de um Brasil mais resiliente.

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Fonte: Gazeta do Povo