
Você sabia que seguros climáticos podem ser a chave para proteger sua empresa de desastres naturais? Neste artigo, vamos explorar como essas apólices podem fazer a diferença.
A Escalada dos Desastres Climáticos e a Urgência dos Seguros para Empresas
O cenário climático no Brasil tem se tornado cada vez mais desafiador, e as empresas sentem isso na pele. Nos últimos 10 anos, por exemplo, o número de desastres causados por chuvas no país disparou em 222%, conforme um estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica. Não para por aí: dados da Defesa Civil e do INPE revelam que, nos últimos anos, o Brasil viu um aumento de 30% nas ondas de calor e de 40% na frequência de vendavais. Entre 2023 e 2024, mais de 1.300 municípios brasileiros enfrentaram secas severas, resultando em um prejuízo superior a R$ 150 bilhões. Em apenas três anos, o país registrou mais de 4 mil incidentes ligados às alterações climáticas globais, e a expectativa é que esses números continuem a crescer.
Por Que os Seguros São Cruciais para o Seu Negócio Agora
Como bem pontua Talita Ferrari, diretora comercial de Especialidades da Wiz Corporate, “a conta chegou”. As consequências das mudanças climáticas são cada vez mais frequentes e devastadoras, impactando a sociedade e a economia de forma profunda. É por isso que investir em seguros específicos para desastres climáticos deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade urgente para as empresas.
Ainda há um grande desafio no Brasil: a baixa penetração desses produtos e a escassez de dados históricos para precificar as apólices. A tragédia no Rio Grande do Sul serve como um alerta doloroso: dos R$ 89 bilhões em prejuízos econômicos, apenas R$ 6 bilhões estavam cobertos por seguros, uma lacuna de mais de 90%. Em escala global, essa diferença é de 62%, com perdas de US$ 280 bilhões e apenas US$ 108 bilhões segurados, segundo a Swiss Re. O setor de seguros precisa se adaptar rapidamente a essa nova realidade, que avança mais veloz do que o previsto.
Conheça os Tipos de Seguros Essenciais Contra Desastres Climáticos
Para ajudar as empresas a se protegerem, existem diversas modalidades de seguros que oferecem cobertura contra os impactos das mudanças climáticas. É fundamental entender qual se encaixa melhor nas necessidades do seu negócio:
- Seguro Empresarial: Protege sua empresa contra perdas financeiras que afetam bens, equipamentos e estoque.
- Seguro de Propriedade Comercial: Cobre danos a imóveis comerciais e bens móveis causados por desastres como incêndios e inundações.
- Seguro de Responsabilidade Civil: Oferece proteção contra reclamações de terceiros por danos que sua empresa possa ter causado devido a desastres climáticos (por exemplo, se uma inundação originada em sua propriedade afetar vizinhos).
- Seguro de Agricultura: Disponível para pessoas físicas e jurídicas, cobre perdas financeiras de agricultores por eventos climáticos adversos, como secas ou inundações, que impactam a produção.
- Seguro de Transporte: Garante a cobertura de mercadorias durante o transporte, incluindo danos causados por eventos climáticos como enchentes ou tempestades.
- Seguro de Interrupção de Negócios: Cobre a perda de receita da empresa quando as operações são interrompidas por desastres climáticos.
- Seguro de Energia Renovável: Protege projetos de empresas de energia renovável contra riscos climáticos, assegurando os investimentos em infraestrutura sustentável.
Seguros Paramétricos: Uma Abordagem Inovadora e Rápida
Além das apólices tradicionais, os seguros paramétricos surgem como uma alternativa promissora. Eles funcionam de um jeito diferente: o ressarcimento é feito com base em parâmetros específicos pré-determinados, e não na avaliação das perdas reais após o evento. Isso significa que, se um certo nível de chuva, intensidade de terremoto ou velocidade de vento for atingido, o pagamento é acionado automaticamente.
Apesar de ainda terem baixa penetração no Brasil — apenas 30% das empresas agrícolas e 10% dos outros setores têm acesso a eles —, os seguros paramétricos estão em crescimento. Suas vantagens são claras: a avaliação e os pagamentos são muito mais rápidos, oferecendo um alívio financeiro imediato. Além disso, os valores e parâmetros são definidos previamente, e eles podem ser aplicados em diversos setores, como turismo e construção civil, ajudando a mitigar riscos de eventos climáticos extremos.
Os Desafios na Medição de Riscos Climáticos
Apesar da crescente necessidade, o mercado de seguros no Brasil enfrenta um desafio significativo: a dificuldade em mensurar e precificar os riscos climáticos de forma precisa. A falta de um histórico de dados robusto e a baixa adesão a esses produtos tornam a tarefa complexa. Isso cria uma barreira para que mais empresas e indivíduos tenham acesso a coberturas adequadas, ampliando a vulnerabilidade diante de eventos cada vez mais frequentes e intensos.
O Futuro dos Seguros Diante das Mudanças Climáticas
Diante de um prognóstico que aponta para o agravamento das mudanças climáticas, o setor de seguros tem um papel fundamental. É preciso que as seguradoras se preparem para o crescimento exponencial desses eventos, levando a sofisticação das apólices corporativas para o alcance de seguros individuais. A conscientização sobre a importância e a aplicabilidade desses produtos é crucial para que a população e as empresas possam se proteger de forma eficaz. Afinal, como bem observado, dificilmente algum setor passará ileso pelos impactos das mudanças climáticas.
Fonte: Exame

Astério Vieira é Diretor da Prime Valle, empresa fundada em 1996 e referência nacional em gerenciamento de riscos, seguros e logística. Com mais de 25 anos de experiência no setor, atua com foco em soluções para transporte, frota, danos ambientais e seguros aeronáuticos, oferecendo confiança e tranquilidade a pessoas físicas e jurídicas em todo o Brasil.