Mercado de seguros recua 1% até julho de 2025, mas indenizações crescem

Mercado de seguros recua 1% até julho de 2025, mas indenizações crescem

O mercado de seguros brasileiro enfrenta um recuo de 1% até julho de 2025, mas as indenizações pagas cresceram. Vamos entender o que isso significa!

O Mercado de Seguros no Brasil: Um Olhar Detalhado até Julho de 2025

O mercado de seguros brasileiro apresentou um cenário de retração nos primeiros sete meses de 2025. As receitas totais alcançaram R$ 247 bilhões, o que representa uma queda nominal de 0,98% e uma redução real de 5,96% em comparação com os R$ 250 bilhões registrados no mesmo período de 2024. Esses dados foram divulgados pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), o órgão responsável por regular e fiscalizar o setor, e não incluem a saúde suplementar, que é supervisionada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Queda nas Receitas e o Papel da Previdência

Apesar da queda geral nas receitas, é importante notar que o setor de previdência, especificamente os produtos de acumulação, teve um impacto significativo nesse resultado. Essa categoria, que veremos em detalhes mais adiante, foi um dos principais fatores para a retração observada no desempenho global do mercado.

Crescimento nas Indenizações e Benefícios Pagos

Em contraste com a queda nas receitas, o volume de recursos que as seguradoras devolveram à sociedade cresceu. Entre janeiro e julho de 2025, foram pagos R$ 154 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios. Esse valor representa um aumento nominal de 9,30% em relação ao mesmo período do ano anterior, mostrando que, mesmo com a retração, o setor continua cumprindo seu papel de proteção financeira.

Análise dos Seguros de Danos e Pessoas

Vamos entender como os diferentes segmentos se comportaram:

Seguros de Danos

Os seguros de danos, que protegem contra prejuízos causados por eventos como incêndios, acidentes, roubos e desastres naturais, registraram R$ 83 bilhões em receitas até julho de 2025. Isso representa um crescimento nominal de 7,32% e real de 2,04% em comparação com 2024. Entre os produtos mais procurados estão os seguros de automóvel, residencial, empresarial, condominial, rural, habitacional, fiança locatícia e garantia estendida.

  • O seguro auto se destacou, arrecadando R$ 35 bilhões e crescendo 5,92% nominalmente. Ele respondeu por 42% dos prêmios de seguros de danos.
  • Os seguros compreensivos (residencial, condominial e empresarial) tiveram um crescimento nominal de 12,74% e real de 7,17%.
  • Já o seguro rural, que representa 9% do volume de danos, teve uma queda real de 7,84% na arrecadação.

Seguros de Pessoas

O segmento de seguros de pessoas, que inclui produtos como seguro de vida, funeral, acidentes pessoais, educacional, viagem e prestamista, arrecadou R$ 44 bilhões de janeiro a julho de 2025. Houve um aumento nominal de 7,96% e real de 2,64% em relação aos R$ 40 bilhões registrados em 2024.

  • O seguro de vida é o carro-chefe, representando 49% do segmento. Ele arrecadou R$ 21 bilhões, com um crescimento nominal de 10,83% e real de 5,35%.

Desempenho dos Produtos de Acumulação

Os produtos de acumulação, que são essenciais para o planejamento financeiro de longo prazo e incluem o VGBL, PGBL e a previdência tradicional, tiveram uma performance menos favorável. As contribuições somaram R$ 101 bilhões até julho de 2025, uma redução nominal de 11,63% e real de 16,51% em relação ao ano anterior. Após subtrair os resgates e benefícios, a contribuição líquida para esses produtos foi de R$ 14 bilhões no período.

Perspectivas e Dados de Julho

Os produtos de capitalização, por sua vez, mostraram resiliência, com receitas de R$ 19,83 bilhões até julho de 2025. Isso representa um crescimento nominal de 10,71% e real de 5,24% em comparação com os R$ 18 bilhões arrecadados em 2024.

Olhando para o mês de julho de 2025 isoladamente, o setor supervisionado pela Susep gerou receitas de R$ 41 bilhões. Desse total, R$ 20 bilhões vieram do segmento de seguros (excluindo VGBL), R$ 19 bilhões dos produtos de acumulação e R$ 3 bilhões do segmento de capitalização.

O mercado de seguros é dinâmico e reflete as condições econômicas e as necessidades da sociedade. Para quem tiver dúvidas ou quiser se aprofundar, pode enviar um e-mail para leitor.seguros@infomoney.com.br.

Fonte: InfoMoney